Cubo cinzento escuro, semi-opaco, arestas sólidas que faz sombra para a esquerda, apesar de não ser uma sombra muito forte.
O cubo não fere a vista, não se mexe, apesar de estar apoiado num só vértice. Era para ser chato e apoiado numa face, mas não. É assim mesmo, desafiando a lei da gravidade.
Um escadote de madeira algures entre o meio e o lado direito do cubo tem ar de ser pesado mas não sei. É de madeira. O metal fere os olhos. Está apoiado para ir ao pico mais alto do cubo. Tem cerca de 15 degraus, sendo o espaço entre cada um irregular.
O cavalo podia estar a suportar o cubo mas não. Está a olhar para a cena surreal.
Um tapete de flores cobre uma face do cubo. Ou por dentro, ou por fora.
Breve tempestade. Uma bátega de água que rapidamente desaparece. A chuva é chata. Não a quero para nada.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Lisbon revisited (1926) | Álvaro de Campos
Nada me prende a nada.
Quero cinquenta coisas ao mesmo tempo.
Anseio com uma angústia de fome de carne
O que não sei que seja -
Definidamente pelo indefinido...
Durmo irrequieto, e vivo num sonhar irrequieto
De quem dorme irrequieto, metade a sonhar.
Fecharam-me todas as portas abstractas e necessárias.
Correram cortinas de todas as hipóteses que eu poderia ver da rua.
Não há na travessa achada o número da porta que me deram.
Acordei para a mesma vida para que tinha adormecido.
Até os meus exércitos sonhados sofreram derrota.
Até os meus sonhos se sentiram falsos ao serem sonhados.
Até a vida só desejada me farta - até essa vida...
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Episodio XXV - bocado de verão
Noite quente.
Estrelas, muitas.
Álcool à mistura.
Imensa gente e
loucura profunda e
As cores são laranjas, azuis, brancas e negras.
Muitas saias coloridas e
muitos pés descalços.
Em círculos, pelo meio das pessoas, aproximam-se.
Estrelas, muitas.
Álcool à mistura.
Imensa gente e
loucura profunda e
algures
um crepitar de madeira a arder.Cheira a pinheiro e pó.
As cores são laranjas, azuis, brancas e negras.
Muitas saias coloridas e
muitos pés descalços.
Troca-se o olhar.
Em círculos, pelo meio das pessoas, aproximam-se.
A iluminação é fraca.
Duas pessoas passam pelo meio,em passo cruzado,
interrompendo a tensão fixa.De volta à noite, quebra-se o sonho.
Episodio XXIV - Aquele momento
Uma confusão negra,
em contraste,
acaba bem.
Dois grupos se movem sem se saber pelo meio de tudo.
Feminino e masculino.
O mesmo passo.
Multidões. Confusões. Encontrões.
Breve clareira.
Tic.
Duas caras sérias se cruzam. Iam velozes. Reconhecem-se. Espantam-se.
Tac.
Ela, de costas pela direita se volta ainda em passo rápido.
Olhar (sur)preso.
Ele, virou-se de frente.
Olhar intrigado.
Eixo invisível entre eles que atrai.
Tic.
Mais ninguém parece (re)parar.
O resto do grupo feminino ainda tenta chamar e perceber.
O resto do grupo masculino ainda tenta abrandar e perceber.
Tac.
Os vultos brancos e negros misturam-se. Pó em todo o lado.
Tic.
Percebem. Tudo...
em contraste,
acaba bem.
Também em noite madrugadora
mas
de escuridão enganada pelas luzes imensas.
Multidões. Confusões. Gente de branco e negro.mas
de escuridão enganada pelas luzes imensas.
Dois grupos se movem sem se saber pelo meio de tudo.
Feminino e masculino.
O mesmo passo.
Multidões. Confusões. Encontrões.
Breve clareira.
Tic.
Duas caras sérias se cruzam. Iam velozes. Reconhecem-se. Espantam-se.
Tac.
Ela, de costas pela direita se volta ainda em passo rápido.
Olhar (sur)preso.
Ele, virou-se de frente.
Olhar intrigado.
Eixo invisível entre eles que atrai.
Tic.
Mais ninguém parece (re)parar.
O resto do grupo feminino ainda tenta chamar e perceber.
O resto do grupo masculino ainda tenta abrandar e perceber.
Tac.
Os vultos brancos e negros misturam-se. Pó em todo o lado.
Tic.
Percebem. Tudo...
Beijam-se.
...faz sentido.
Tac.
Deixaram de perceber. Não faz sentido.
Tac.
Separam-se.
Ela vira costas como se retomasse os seis segundos perdidos.
Ele dá um passo atrás para recuperar o equilíbrio enquanto a vê a afastar, incrédulo, quebrando o movimento com outro passo decidido a recuperar os seus sete segundos.
Nada se passou.
Tic.
O contraste absoluto.
Ninguém acaba raciocínios.
Todos continuam a dar, passo por passo, a sua batida forte.
Não se vêm mais pela noite.
Nem sabiam que se iam encontrar.
Deixaram de perceber. Não faz sentido.
Tac.
Separam-se.
Ela vira costas como se retomasse os seis segundos perdidos.
Ele dá um passo atrás para recuperar o equilíbrio enquanto a vê a afastar, incrédulo, quebrando o movimento com outro passo decidido a recuperar os seus sete segundos.
Nada se passou.
Tic.
Muitas perguntas no ar e algum álcool no sangue. De todos.
Foi um beijo de mãos dele nas caras um do outro. Um beijo de olhos fechados. Doce. Tranquilo.O contraste absoluto.
Ninguém acaba raciocínios.
Todos continuam a dar, passo por passo, a sua batida forte.
Não se vêm mais pela noite.
Nem sabiam que se iam encontrar.
Tac.
ben harper | God Fearing Man
Listen mister brother sister family and friend
I fear with each day pass our time grows closer to the end
listen stranger passer by and those I never knew
there's not one day that you are living has been promised to you
I am a God fearing man
I'm a God fearing man
I reach out for my God's hand
I'm a God fearing man
listen mother sister brother relatives and kin
you want to know just where you're going you got to know where you've been
tell me what gives one the right to say their God is better than anybody else
don't we all have a right to find God for our self
I am a God fearing man
I'm a God fearing man
I reach up for my God's hand
I'm a God fearing man
when I rise with the morning sun I give thanks to my God
for the gift of another one and when my day is over and complete
I reach to my God to put me back on my feet
I am a God fearing man
I'm a God fearing man
I reach up for my God's hand
I'm a God fearing man
domingo, 13 de dezembro de 2009
sábado, 12 de dezembro de 2009
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Venha daí
Venha daí o próximo olhar decidido, a paixão ardente, o jogo de corpos sedutor. Venha daí a vontade do ligeiro toque, da tensão que queima, do beber de cada palavra, da fragilidade quente e carinhosa que acompanha. Esse tango dançado por dois. ágeis. inquebráveis. altivos.
Um riso de rico.
O conforto da segurança de uma mão firme em corpo de mulher.
domingo, 6 de dezembro de 2009
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