quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Kyo - Je cours

Faites-moi de la place
Juste un peu de place
Pour ne pas qu'on m'efface
J'n'ai pas trop d'amis
Regardez en classe
C'est pas l'extase
J'ai beaucoup d'espace
Je suis seul
Et personne à qui le dire
C'est pas l'pire
Quand la pause arrive
Je ne suis pas tranquille
Il faut que je m'éclipse
Ou alors, accuser les coups,
Ou dehors

Faudra que je coure
Tous les jours
Faudra-t-il que je coure
Jusqu'au bout

Je n'ai plus de souffle
Je veux que l'on m'écoute
Plus de doutes
Pour m'en sortir
Je dois tenir
Et construire mon futur
Partir à la conquete
D'une vie moins dure
Sûr que c'est pas gagné
Mais j'assure mes arrières
Pour connaître l'amour et le monde

Faudra que je coure
Tous les jours
Faudra-t-il que je coure
Jusqu'au bout
Pour connaître le monde
Et l'amour
Il faudra que je coure
Tous les jours

J'voudrais m'arreter
J'peux plus respirer
Dans ce monde parmi vous
J'voudrais m'arreter
J'peux plus respirer
Dans ce monde parmi vous
J'voudrais m'arreter
J'peux plus respirer
Dans ce monde parmi vous
J'voudrais m'arreter
J'peux plus respirer
Dans ce monde parmi vous

Faudra que je coure
Tous les jours
Faudra-t-il que je coure
Jusqu'au bout
Pour connaître le monde
Et l'amour
Il faudra que je coure
Tous les jours

Faites-moi de la place
Juste un peu de place
Pour ne pas qu'on m'efface
Faites-moi de la place
Juste un peu de place
Pour ne pas qu'on m'efface

Faites-moi de la place...

Tempos na Alliance Française...

domingo, 21 de setembro de 2008

Eu = Eu + Outro(s)



Eu sou eu mais os outros.

Desde que nascemos que somos rodeados de pessoas. Por mais dificuldades que tenhamos, não conseguimos viver plenamente sós.
Toda a gente tem influencias em nós. Toda a gente deixa uma marca na nossa mente, no nosso coração. Há sempre alguém mais intenso, mais forte, mais necessitado, mais especial.
É assustador saber que não somos nada sem o(s) outro(s). Os outros têm-nos nas suas palmas das mãos.

Porque cada maneira de falar, uma expressão, um gesto, uma maneira de ser pertence sempre a alguém. Nunca é única e exclusivamente nosso.
São os outros que nos educam, que nos fazem crescer, que nos magoam e que nos fazem felizes.
É preciso não ter vida para se poder viver uma vida inteira sem ninguém. É preciso coragem. Não se evolui. O pensamento pára com falta de perspectivas exteriores a nós mesmos.

É com os outros que sentimos e que faz valer sentir. É com os outros que sabemos o que é certo ou errado e é com os outros que pensamos.

Nunca serei eu. Nunca estarei só.

(É preciso pensar assim...)

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

15 Set 08

Uma rua estreita e mal iluminada com contentores do lixo de ar abandonado e graffitis mal vistos e escandalosos sugere um beco sem saída e mal frequentado.

Mal se sabe que durante o dia é um atalho bem útil e pacato, sem a mínima sombra de medo ou estranheza.

sábado, 13 de setembro de 2008

Episódio XVII - Viagem


Via. Vi.
Dentro do carro passava pela Nacional a sentir-me indiferente.
Indiferente a mim. Indiferente aos outros. Pouco importa.
Mas passei e estaquei.
Apesar do meu corpo ter continuado em frente fiquei-me para trás.
Fiquei em pé, entre as duas linhas continuas brancas e largas, sobre o alcatrão negro, no meio da alameda conhecida da Mealhada.
Estaquei no final daquele dia tão pesado, sob a luz dourada e pálida e fantástica do entardecer.
Estaquei com uma máquina fotográfica para apanhar aquele momento, aquelas árvores fortes, delgadas e belas a apanhar a luz solar do fim do dia.
Estaquei só.
Nenhum carro passava.
Apesar de ter ficado para trás o meu corpo continuava.
Apesar da luz ter passado e do por do sol ser perfeitamente vermelho.
Apesar de já não ser dia nem noite quando cheguei a Coimbra.
Não tirei os óculos escuros.
Fiquei-me para trás.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Roulette - System of a Down

I have a problem that I cannot explain
I have no reasons why it should have been so plain,
Have no questions but I sure have excuse
I lack the reason why I should be so confused,

I know, how I feel when I'm around you,
I don't know, how I feel when I'm around you,
Around you,

Left a message but it ain't a bit of use,
I have the pictures, the wild might be the deuce,
Today you called, you saw me, you explained,
Playing the show and running down the plane,

I know, how I feel when I'm around you,
I don't know, how I feel when I'm around you,
I know, how I feel when I'm around you,
I don't know, how I feel when I'm around you,
Around you,

I know, how I feel when I'm around you,
I don't know, how I feel when I'm around you,
I know, how I feel when I'm around you,
I don't know, how I feel when I'm around you,
Around you, Around you, Around you...

suicídio

Um dia, um professor meu de filosofia perguntou-me a mim e à minha turma:

O suicídio é um acto de coragem ou cobardia?

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Everybody has secrets.

9.11.08 pt

Comecei por levar a passear e acabei a ser levada a viajar.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Quando te conheci eras apenas tempo. Pausas sem vontade de começar. Comigo foste obrigado a existir. A tua música começou. A pauta foi sendo escrita.
Passaste a ser vários tons e vários tempos misturados.
Mas
rapidamente
eras uma melodia corrente e acertada sem dar conta.
És sol lá e dó. De vez em quando ainda eras si e fá. Mas não se deu conta muitas vezes.
Depois
logo a seguir, passaste a notas mais solidas e no entanto és muito bemol. De sustenido não tens nada ou tens pouco.
És um ritmo contrastante.
No fim eras uma melodia para mim.
E depois
E agora
És um ritmo acelerado e necessário e na mesma com todas as pausas a que tens direito. És acordes em ré menor e maior, continuas a ser sol e dó. Lá também. Não fica esquecido. És crescente e decrescente sem normalizar.
É pena que toda a música tem de acabar.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Apetece-me ser criança outra vez.
Pequenina, vestida cheia de cores e já toda suja de andar a brincar com os meus amigos por aí.
Apetece-me chegar a casa, já cansada e ver bonecos e desenhos animados, completamente alheada do mundo e rir-me cheia de vontade.
Apetece-me sentar no chão e espalhar os meus lápis de cor e lápis de cera e pintar um céu todo azul. Só riscalhada e traços carregados e fortes, cheios de genica, próprios de uma criança. Um céu, umas nuvens e uma tulipa vermelha. Gosto de tulipas. São bonitas e fáceis de desenhar.Desenhar até me sentir farta ou satisfeita.
Quero ser criança e ver o mundo pela primeira vez. Surpreender-me e assustar-me com pouca coisa. Ignorante dos problemas crescidos.
Quero muita coisa....

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Episódio XVI - What makes the world go around

É domingo. São 3:16 da tarde e está um dia bonito para passear.
Uma rapariga caminha sobre terra batida artificial, junto a um parque verde, perto do rio. De repente aparece-lhe um rapaz. Quando entra no campo de visão periférica, ela vira-se para ele. Sorri e prepara-se para dizer: o que fazes aqui? A voz não lhe sai. Os pensamentos paralisaram-se na cabeça. As palavras ficaram-se na garganta. A sua boca fora proibida pela dele.
Pessoas passeiam descontraidamente. Crianças a brincar à bola e mães a empurrar carrinhos de mão com os seus rebentos lá dentro. Relva verde e rio ofuscante. Ninguém dá conta de nada.

Ao mesmo tempo

De olhos fechados uma rapariga saboreia as mãos da irmã que lhe mexem no cabelo em festinhas suaves e moles. Deixa-se estar quieta para aproveitar bem e refila com um pequeno gesto quando as mãos páram de mexer. Mimo fraternal nunca é dispensado.

Duas pessoas se abraçam fortemente numa estação de comboios. Um varredor de ruas pergunta-se se chegava ou partia. Nunca mais se largavam. Lembrou-se da sua mulher e sorriu. Era bom ter alguém em casa à nossa espera depois de um dia de sujo trabalho.

Duas moças passam por várias lojas de roupa de mão dada chocando a sociedade à medida que passam pois esta pensa que agora tudo é subversivo e que portanto, estas jovens inocentes, são lésbicas. Não são. São apenas amigas. Nada mais. Mania do preconceito e das ideias formadas. Mania da opinião abelhuda e alheia.

Um rapaz senta-se no parapeito de uma janela, absorvido nos seus pensamentos à medida que observa o horizonte com um ar sério e concentrado. Pensa na rapariga de quem gosta. Ela vai ser sua. É desta. É agora. Vou ter coragem. Não me digas não. Por favor. Não vai dizer.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Gotan Project e Yann Tiersen - Rue des cascades la parade



O artista

Absorve-se a música. Não a vê. Não olha para os dedos. Sabe-a de cor. O que fazer. O que tocar. Decisão. O passo a dar a seguir. Conhece o o piano. Sente o toque. A macieza. A cor. A melodia. O tom. É comandado. É louco. Entrega-se. Abranda. Sabe quando ser gentil. E quando não o ser. É uma relação amorosa. Real. Frenética. Doce. O resto não existe. O público não existe. Apenas ele e o instrumento. O preto.

A artista

O olhar é aberto. Perdido. Indirecto. Mal se mexe. Tem medo. Ainda assim. A voz é feminina. Delicada. O branco.

A música.

É forte. É decisão.
De repente, como se tivesse visto uma mulher. Acorda. Vive.
De repente. Suave.
Ataca.
Afirma-se.
Ergue-se.
Só.
Pausa para respirar. Pausa para pensar. O que fazer.
Suspanse crescente.

Agora. Voz humana.
Aterra. Gentil.
Pureza feminina.
A ser tratada com delicadeza e cuidado.

Duvida.

Rebenta. Evolui. Não teme. Não perde tempo. Não foge.
É um passo decidido.
Sintonia.
Fim.

A Quai - Yann Tiersen




Uma das minhas músicas preferidas de Yann Tiersen :)