quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Análise

Cubo cinzento escuro, semi-opaco, arestas sólidas que faz sombra para a esquerda, apesar de não ser uma sombra muito forte.
O cubo não fere a vista, não se mexe, apesar de estar apoiado num só vértice. Era para ser chato e apoiado numa face, mas não. É assim mesmo, desafiando a lei da gravidade.

Um escadote de madeira algures entre o meio e o lado direito do cubo tem ar de ser pesado mas não sei. É de madeira. O metal fere os olhos. Está apoiado para ir ao pico mais alto do cubo. Tem cerca de 15 degraus, sendo o espaço entre cada um irregular.

O cavalo podia estar a suportar o cubo mas não. Está a olhar para a cena surreal.

Um tapete de flores cobre uma face do cubo. Ou por dentro, ou por fora.

Breve tempestade. Uma bátega de água que rapidamente desaparece. A chuva é chata. Não a quero para nada.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

buhbye 2009

welcome 2010.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

gosto de saber

que o dia vem depois da noite.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Lisbon revisited (1926) | Álvaro de Campos

Nada me prende a nada.
Quero cinquenta coisas ao mesmo tempo.
Anseio com uma angústia de fome de carne
O que não sei que seja -
Definidamente pelo indefinido...
Durmo irrequieto, e vivo num sonhar irrequieto
De quem dorme irrequieto, metade a sonhar.

Fecharam-me todas as portas abstractas e necessárias.
Correram cortinas de todas as hipóteses que eu poderia ver da rua.
Não há na travessa achada o número da porta que me deram.

Acordei para a mesma vida para que tinha adormecido.
Até os meus exércitos sonhados sofreram derrota.
Até os meus sonhos se sentiram falsos ao serem sonhados.
Até a vida só desejada me farta - até essa vida...


a indiferença é pior que o ódio

porque enquanto que o ódio tem uma razão,
a indiferença não...

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Episodio XXV - bocado de verão

Noite quente.
Estrelas, muitas.
Álcool à mistura.
Imensa gente e
loucura profunda e
algures
um crepitar de madeira a arder.

Cheira a pinheiro e pó.

As cores são laranjas, azuis, brancas e negras.


Muitas saias coloridas e
muitos pés descalços.


Troca-se o olhar.

Em círculos, pelo meio das pessoas, aproximam-se.

A iluminação é fraca.
Duas pessoas passam pelo meio
,em passo cruzado,
interrompendo a tensão fixa.

De volta à noite, quebra-se o sonho.

Episodio XXIV - Aquele momento

Uma confusão negra,
em contraste,
acaba bem.
Também em noite madrugadora
mas
de escuridão enganada pelas luzes imensas.
Multidões. Confusões. Gente de branco e negro.
Dois grupos se movem sem se saber pelo meio de tudo.
Feminino e masculino.
O mesmo passo.
Multidões. Confusões. Encontrões.
Breve clareira.
Tic.
Duas caras sérias se cruzam. Iam velozes. Reconhecem-se. Espantam-se.
Tac.
Ela, de costas pela direita se volta ainda em passo rápido.
Olhar
(sur)preso.
Ele, virou-se de frente.
Olhar intrigado.
Eixo invisível entre eles que atrai.
Tic.
Mais ninguém parece (re)parar.
O resto do grupo feminino ainda tenta chamar e perceber.
O resto do grupo masculino ainda tenta abrandar e perceber.
Tac.
Os vultos brancos e negros misturam-se. Pó em todo o lado.
Tic.
Percebem. Tudo...
Beijam-se.
...faz sentido.
Tac.
Deixaram de perceber. Não faz sentido.
Tac.
Separam-se.
Ela vira costas como se retomasse os seis segundos perdidos.
Ele dá um passo atrás para recuperar o equilíbrio enquanto a vê a afastar, incrédulo, quebrando o movimento com outro passo decidido a recuperar os seus sete segundos.
Nada se passou.
Tic.
Muitas perguntas no ar e algum álcool no sangue. De todos.
Foi um beijo de mãos dele nas caras um do outro. Um beijo de olhos fechados. Doce. Tranquilo.
O contraste absoluto.
Ninguém acaba raciocínios.
Todos continuam a dar, passo por passo, a sua batida forte.
Não se vêm mais pela noite.
Nem sabiam que se iam encontrar.
Tac.

ben harper | God Fearing Man


Listen mister brother sister
family and friend
I fear with each day pass our time grows closer to the end

listen stranger passer by and those I never knew
there's not one day that you are living has been promised to you

I am a God fearing man
I'm a God fearing man

I reach out for my God's hand
I'm a God fearing man


listen mother sister brother relatives and kin
you want to know just where you're going you got to know where you've been

tell me what gives one the right to say their God is better than anybody else
don't we all have a right to find God for our self

I am a God fearing man
I'm a God fearing man
I reach up for my God's hand
I'm a God fearing man

when I rise with the morning sun I give thanks to my God
for the gift of another one and when my day is over and complete
I reach to my God to put me back on my feet

I am a God fearing man
I'm a God fearing man
I reach up for my God's hand
I'm a God fearing man

domingo, 13 de dezembro de 2009

e sabe bem

liberdade é a maior felicidade

sábado, 12 de dezembro de 2009

chama-se lei da vida. a erva alimenta-se da terra e do sol e do ar e de tudo isso, o coelho come a erva, o gato come o coelho, os abutres comem o gato, o leao come os abutres e eventualmente havemos de ter o leao no nosso prato.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Venha daí


Venha daí o próximo olhar decidido, a paixão ardente, o jogo de corpos sedutor. Venha daí a vontade do ligeiro toque, da tensão que queima, do beber de cada palavra, da fragilidade quente e carinhosa que acompanha. Esse tango dançado por dois. ágeis. inquebráveis. altivos.
Um riso de rico.
O conforto da segurança de uma mão firme em corpo de mulher.
TRY HARDER

domingo, 6 de dezembro de 2009

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

it's easy to fall in love
the difficult part is getting out

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

verdade que

é aquele gosto doce e suave
que depois de vermos todos os defeitos
continuamos a gostar

The Secret Garden + Alhambra

Dickon: The animals tell me all their secrets.
Mary:
[pointing to the Robin] He wouldn't tell you my secret, would he? About what, Miss Mary?
A garden. I've stolen a garden.
But it may already be dead, I don't know. I'll know.
Promise you won't tell anyone? Promise.
No one?

Not a soul.

Colin: Are you making this magic? No, you are. Just like in the story.
It's like the whole universe is here in this garden.


Can I have a bit of earth?
Lord Craven:
A bit of earth?
To plant seeds in.

To make things grow.

domingo, 29 de novembro de 2009

Radiohead | no surprises

A heart that's full up like a landfill
A job that slowly kills you
Bruises that won't heal

You look so tired and unhappy
Bring down the government
They don't, they don't speak for us
I'll take a quiet life
A handshake of carbon monoxide
No alarms and no surprises
No alarms and no surprises
No alarms and no surprises
Silent, silent

This is my final fit, my final bellyache with

No alarms and no surprises
No alarms and no surprises
No alarms and no surprises please

Such a pretty house, such a pretty garden

No alarms and no surprises (let me out of here)
No alarms and no surprises (let me out of here)
No alarms and no surprises please (let me out of here)

Michele Bombom Bacci

olho-te.
vejo
que pensas.

murmuras mudo
e em silencio
os teus pensamentos.

um cigarro
e um travo
indecifrável.

tacitúrno.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Raios

Raio de sol.
Raio
de
sol.
Isso.
Faz-me bem.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

media noche

ayer por la noche
me he decidido
hoy es un nuevo día.

adios.

domingo, 22 de novembro de 2009

monótono

monoutono

corda

estico uma corda
tensa
toco.
vibro
escuto
o som
m
o
n
ó
t
o
n
o
desta corda.
vicia
aliena.

podia ser de uma sapatilha
ou o tocar de um violino.
música não é
de certeza.
que hoje
não me sabe a nada

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Escuto.
Um som familiar.
Distinto.
Relembro.
Momentos passados.
Dias de sol.
Quadros aguados.
Desejos atirados ao mar.
Desejos caídos no fundo.
Nunca lavados pelo sal.

Deixo-me ir com um raio de sol.
Se trovejar
não me vai impedir.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

uma ventania para os outros
e nem uma brisa para mim.
nem o vendaval que ocorreu
me revirou os ânimos.

também quero um pouquinho de vento por favor e uma rede para apanhar o que me escapa!

domingo, 8 de novembro de 2009

mar

Construimos o nosso próprio oceano
cada dia tem milhares de gotas
partículas frias
molhadas
pequeninas
que nos enchem.
que o fazem.
que o constrói.
As últimas são as piores.
São as da paciência.
Há que aguentar firme.
E apoiar nos barcos que passam.

A vida continua.

sábado, 7 de novembro de 2009

cerrame los ojos

sierrame los ojos

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

e ninguém ganha algum

pré-juizo causa prejuízo.

o que mais quero é

intraduzível.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

poema bilingue

Siempre me quedo sola
pensando en ti.


Me quedo
Me sueño
Me salgo.

Pido por ti. Quedate
aqui.

te quiero.

um postal descai
preso por um pedaço de bostik.

não gosta.


chama

por uma mola.



sussurra




Me voy.

quebrem a monotonia

espero demasiado do impossível
sonhos e sorrisos risonhos
e surpresas inconciliáveis.
impunível sonhar assim
impossível sentir assim
...ível ficar assim.

bolinhos e bolinhós

esta casa cheira a broa, aqui mora gente boa

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Relações

Consciência

Compreensão

Aceitação

Respeito

Confiança

Compromisso

Qualidade

Engraçado que qualquer um diria que estas palavras descrevem relações. Na verdade, foram nestas palavras que Alex Róvira analisou as necessidades da economia.
eu é que as aplico às nossas relações pessoais.

cabeça

coração

acção

Cabeça
sem coração é frio.
Coração sem cabeça é impulsivo.
Acção sem cabeça nem coração não é acção.

sempre

as palavras servem para algo

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

terça-feira, 27 de outubro de 2009

a.perfeição e a.prisionamento

Hoje percebi que o meu maior medo é ser uma desilusão para mim e para os outros. Há muita pressão à minha volta (a maior parte criada por mim mesma) o que faz com que me aperfeiçoe e que me aprisione. Palavras muito semelhantes.

Hoje, numa conferencia sobre a economia e a crise o sr. Alex Róvira falou que um sujeito que me esqueci de apontar o nome fez uma experiência com cobaias tipo ratos, imaginem.

Encheu um alguidar com água sem pedras e pôs dois ratos e encheu outro com duas pedras mas com leite, de modo a que os ratos não vissem o fundo.

No primeiro caso, os ratos lutavam para respirar acabando por desistir e deixarem-se afogar, no segundo caso os ratos sentiam o apoio da pedra de modo que quando não a sentiam iam procurá-la.

Depois, pegou nos ratos de ambas as taças e pô-los num alguidar com água sem pedras e descobriu que os que estavam habituados às pedras sobreviviam mais tempo que os outros.
Aqui percebi tudo.

Sou perfeccionista e só agora sou assim porque só agora é que me tornei melhor.
Fui educada, treinada, disciplinada a dar o meu máximo e a dar o melhor e a lutar por mim só. Também fui ensinada a pedir ajuda quando necessário mas vejo-me num dilema em que penso: "eu tenho (!) de conseguir fazer isto!" A ideia de falhar ou desiludir é insuportável.
Stresso por causa disto, stresso com pouco porque não me dou ao luxo de perder, falhar e/ou desiludir ninguém, porque me afecta tanto. (Porque me afecta tanto?)

Sou obrigada a ser perfeccionista, no que faço, e ultimamente como ando a tirar boas notas tenho "uma reputação" a manter.

O mais estranho e é o cerne da questão é que eu sei que tenho o apoio de todos.
A minha família e os meus amigos nunca me iria abandonar mesmo que falhasse nalguma coisa, ou tirasse má nota. Ninguém me iria apontar o dedo porque sempre dei o melhor que soube, sempre me esforcei e não é por não tentar que isso tal aconteceu.
Mas é mesmo esta pressão deste apoio todo que me leva ao extremismo (se necessário).
A culpa não é de ninguém senão minha! Está tudo na minha cabeça e eu sei que soa mal mas a verdade é que sinto-me tão apoiada que não me sinto apoiada.
Faço-me entender?

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Coisinha de nada...

Sempre que alguém vos disser que as coisas pequenas não são nada e não nos afectam, é mentira. O que é pequeno atinge, afecta, e nunca é pequeno. Tem sempre algo por detrás.

Por exemplo:

Uma caixinha pequenina da Tridente. É uma caixinha pequenina de cartão. Que mal poderá ter?!

A caixa é feita de cartão. Tudo bem, é reciclável. Mas e os custos e gastos que a reciclagem necessita? Ainda por cima não é apenas um rectângulo; tem cortes. Cortes esses produzidos por uma máquina que custa dinheiro e consome montões de electricidade. E os desperdícios de papel que sobram do cartão não aproveitado? Pois.

E o envólucro de plástico transparente com o raio da fitinha amarela? E o corte que dão a esse plástico, uma coisa minúscula e frágil a ser feita com cuidado para ser mais fácil para nós abrir o pacote?

As cores.
Estou a olhar para um exemplar das tridente azuis. Supostamente só usaria o cartucho preto e azul. Fantástico.... Super barato... se o logótipo não tivesse o raio do dente vermelho.
Mais um cartuxo... Magenta. E por causa da Fundação Dental Espanhola e o seu maravilhoso logo com uma ondinha alaranjada obriga a utilização do cartuxo amarelo. E só aqui já vão rios de dinheiro.
Sem falar, claro, nas máquinas de impressão - consumo de energia e electricidade.
E as matérias-primas das quais se produzem as cores? E as máquinas para as produzir?

E a cola que aplicam? Não é quase nada mas mesmo assim é necessária. E o custo do aquecimento desta cola especial? Sim porque não usam a cola UHU normal, não é?...

Quase que nem me quero lembrar sem falar dos custos burocráticos e todas as minuciosidades necessárias a colocar na embalagem, cuidados a ter, símbolos de que se pode reciclar, por no lixo, código de barras, prazo de validade, etc, etc, etc!

E as exportações, se necessárias? A gasolina dos barcos, as taxas e tudo isso?


Não.
Um pacotinho de tridente não é uma coisa pequena.
Temos é de ver o que se fez para chegar ali.
Agora interpretem à vossa vontade às questões mais banais da vossa vida. Desmontem a caixinha da Tridente como eu e olhem com olhos de ver.
Uma coisa pequena nunca é nada.

Love Will Tear Us Appart

When routine bites hard
And ambitions are low.
And resentment rides high
But emotions won't grow.
And we're changing our ways
Taking different roads.

Then love, love will tear us apart again.
Love, love will tear us apart again.

Why is the bedroom so cold
Turned away on your side?
Is my timing that flawed
Every feeling run so dry?
Yet there's still this appeal
that we've kept through our lives.

And love, love will tear us apart again.
Love, love will tear us apart again.

Do you cry out in your sleep,
All my failings expose?
Gets a taste in my mouth
As desperation takes hold.
Why is it something so good
Just can't function no more?

And Love, love will tear us apart again.
Love, love will tear us apart again.
Love, love will tear us apart again...

tenho uma sopa de vagos e longínquos pensamentos

Uma daquelas sopas de massas,
com letrinhas
bem pequeninas
e espalhadas

e bem quentes.

Daquelas que fazem bem à alma.

São sopas que muito nos fazem escrever
com a colher
mas que não nos dizem nada.

Escorrega-nos
por todo o lado abaixo

E desfazem-se
ao mínimo toque mais agreste.


Sim, são frágeis
estas sopas.
Não se vá mexer com a colher
porque mais misturados
estes amanteigados pensamentos
não poderiam estar.

domingo, 25 de outubro de 2009

Pausa

Um destes dias
vou-me levantar muito cedo
caminharei até chegar à beira-mar.

Irei em pezinhos de lã
para não acordar a cidade
que todos os dias trabalha para me acolher.

Irei feliz sabendo que sairei melhor.

Quem quiser que se junte a mim.
Farei os possíveis para repetir mais vezes,

esteja onde estiver.

sábado, 24 de outubro de 2009

Espaço

É uma questão de espaço.

Ou é demasiado grande ou demasiado pequeno.
Com demasiada luz ou pouca luz.
Com demasiado calor ou demasiado frio.
Ou está demasiadamente longe ou próximo demais. E toda a gente sabe que ninguém vê bem ao longe nem de perto.
Mas sempre se consegue transformar tudo em acolhedor. Excepto afastar quem nos invade o nosso espaço. Esse pode sofrer uma nódoa-negra ou duas.
O importante é tentar, e saber lidar com o espaço.

Mas o que fazemos quando nos sentimos sem um espaço onde estar?

Suspiro.
Por agora limito-me a admirar a janela reparada no meu quarto. Contemplo o novo espaço e luz que confere e abro uma frecha para que entre uma brisazinha para arejar este espaço vazio em que me encontro.

Malditas definições que me atrapalham e aprisionam a cabeça!...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

take me

there
Finalmente descobri o que se passa comigo e não sei se hei-de respirar de alívio, chorar de tristeza ou irritar-me...
Afinal não se trata (apenas) de querer mimos, um chá quente, um gato no colo e um chocolate doce.

sábado, 17 de outubro de 2009

choice

you're just blind because you want it to.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O amor é feio

O amor é feio
Tem cara de vicio
Anda pela estrada
Não tem compromisso

O amor é isso
Tem cara de bicho
Por deixar meu bem
Jogado no lixo

O amor é sujo
Tem cheiro de mijo
Ele mete medo
Vou lhe tirar disso

O amor é lindo..

O amor é lindo
Faz o impossivel
O amor é graca
Ele dá e passa

O amor é livre
O amor é livre
O amor é livre
O amor é livre

como um

caramelo

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

bolas

A imaturidade atrai.

domingo, 11 de outubro de 2009

Isto não é uma mera flor

"Porque é tudo o que esperava que fosse."

oh, honey

don't you worry
I keep on changing
I keep on doing good
I keep on moving worlds
I keep on beeing FAB!

so don't you worry, baby,
life is as good as it gets!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

melancolia

Acordei com a necessidade de te ver.
E por isso estou aqui.

Saudade.
Anos luz
e
velocidade.
En
ergia fren
ética
de
nostalgia.
Demasiado rápida para acompanhar.

É freguesa.
É verdadeira.
É portuguesa.
Tradicional por todo o mundo.

nosso.
Nosso meu.
Por hoje.
E apenas hoje.
(hoje
só.)
Ou um bocado de cada vez.

Nao se sabe
por cada;
por quanto,
quanto
tempo.
Perde-se.

Para os outros.
Com os outros.
Levam-na.
Que a levem
entao.

Que a leves.
Que a leves do meu coraçao.

domingo, 4 de outubro de 2009

I need a new wind.

sábado, 3 de outubro de 2009

quase sempre

um cliché é um cliché porque depende da importância que lhe dão.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

quantas vezes nos lembramos sequer que temos alguém?
eu respondo
nao vezes suficientes.
Hoje lembrei-me de que sou sortuda.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Environmental Product

If you ask me what is the biggest product in the world I would tell you
MEN.
We are products of a relashionship between a man and a woman. We have an impact in the world. We exist. We change our life and the life of those who surrounds us.
We are the only product that reproduces himself.
We not only reproduce ourselves but we are capable to reproduce other products.
We reproduce other type of product that also have an impact on the world.
Each one of us, each product, human and non-human has an impact on the environment.
But we have the biggest.
We have the most negative impact on the environment because we built, and we destroy, and we change
everything.
And since we're always reproducing all kind of products, we keep on making more and more negative impact on the environment. Non-stop.
But
like everything,
we also have positive points.

We are the only products that have feelings.
And so,
we
are the onlyones that
care
about the environment.
We have the capability to change, reduce and improve each one of us and each one of the products we built.
One day,
Hopefully,
We we achieve the simplest form of life until nothing else can be done and everything would be perfect.
Except
When that time comes,
There will be no planet. Earth, Water, Fire or Air...

WE ARE PRODUCTS.
EVERYTHING CAUSES IMPACT ON OUR ENVIRONMENT.
because it belongs to everyone. eventhough to those products that don't live.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O tempo estava melancólico...
depois de um belo dia de sol
a noite era tempestuosa.


Abstraí-me
enquanto olhava através
da janela semi-embaciada.
Apoiei o cotovelo no rebordo
e quando o toquei..
foi como se sentisse a gota que descia
do outro lado do vidro
frio no meu braço.

De (f)acto,
ali estava;
a sua sombra projectada.

Foi um olá obrigado do Outono chegado.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

curso de español

No me gusta la gente cobarde.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Benicassim

tens razão

marca e Marcou.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Episodio XXIII - Mão ao Pé

É como aqueles momentos em camas de hospitais.

Trata-se de um alguém que está deitado numa cama. E é velho. E está só. E não faz nada senão viver. E existe.

Mas é alguém que vai tendo as enfermeiras ao pé.

Umas que entram no seu quarto, a tagarelar sem um fim próximo e outras que sem mais nada agarram na sua mão a fazer festinhas como se fosse a tarefa das 16 horas da tarde.

Todas borradas de medo de fazer uma pergunta que seja sobre esse alguém porque sabem que é (mais um) velho deitado numa cama de hospital que não faz nada senão estar acordado e ter a consciência que apenas está a existir, praguejando a toda a hora na sua cabeça que o que mais lhe apetece é fugir dali p’ra fora.

Todas a arrastar a voz como que se fosse mais animador quando na verdade faz perder a paciência porque demora-se 3 minutos a ouvir algo de 30 segundos.

Todas com conversas do dia solarengo ou dos mexericos da vida nos corredores hospitalares sobre a médica que deixou cair o estetoscópio no chão e rachou a saia enquanto apanhava. Todas com discursos do mais puro nada a cumprir a tarefa das quatro da tarde.

Então esse alguém tem de fazer alguma coisa.

Então

espera por alguém.

Porque o que se quer é ter alguém.

Não importa o tempo que faz, o discurso que tem, a beleza que traz.

O que se quer é alguém que se chegue à nossa beira e que se faça sentir. Que não precise de dizer nada e que estenda a mão junto da nossa sem a tocar.

Porque sem uma palavra dizer, pergunta a esse velho que existe se quer alguma coisa.

Porque se ele quiser, ele que estenda a mão e que agarre.

Porque a companhia está lá. Está presente. É um presente.

Ele só precisa de a ir agarrando de vez em quando.

Umas vezes é um toque, outras, um simples poisar, um cruzar de dedos ou ser um forte aperto que nos toca até ao coração.

É como aqueles momentos em camas de hospitais.

Trata-se de alguém que está deitado numa cama. Mas que não é velho. Não está só. E que vive.

Faz mais que existir mas no entanto espera por alguém. Que se faça sentir. Que mostre a sua mão e o seu punho ao pé da mão e do punho dessa pessoa.

Para que seja preciso apenas agarrar quando é preciso, afastar os lençóis e ajudar a levantar da cama.

Depois disso vem um banho e tudo ficará melhor.

Episodio XXII - Creio

Estava deitada na praia. Estava com umas leggins meias molhadas da água quente do Mediterrânico sobre uma toalha meia dobrada, em cima da areia fina e fria e tanto me encanta. Mal via os meus amigos que no meio do negro da noite e o escuro do céu tomavam um banho nocturno.

Tentava abafar a música motar que rugia fortemente pelo areal adentro com o meu minúsculo ipod.

Pensava em ti.

Imaginava-me deitada sob o céu estrelado, que estava, mas numa clareira no meio de uma floresta com relva verde e molhada. Não sei porque é que, agora que tenho a praia que tanto queria, me ponho a querer agora uma erva verdejante.

Calada continuo deitada. Braço esquerdo sobre a minha barriga, braço direito atrás da nuca e joelhos para cima.

Deitas-te ao pé de mim, do lado esquerdo, com a cabeça na minha barriga. És o único que tem coragem para falar porque finalmente ouço a pergunta que me coloco tantas vezes.

- O que é que estás a fazer?

Podias ter perguntado em tom de descriminação. Podias ter posto um ponto de exclamação depois do de interrogação no final da frase. Podias ter acrescentado previamente um “mas que raio”. Podias ter medo de perguntar. Podias ter dado pausas. Podias nem saber do que estavas a falar. Mas era uma pergunta. Fizeste-a. E muito bem. E com toda a certeza do mundo. Algo que não tenho.

Estavas calmo.

Por mais desnorteada que seja essa pergunta, só o facto de a fazeres tranquilizou-me.

Creio que devo ter sorrido. Creio que nem me mexi. Creio que chorei.

Então creio que desviei um pouco a minha cabeça para a esquerda e para baixo, para poder contemplar um pouco o teu cabelo no meio da noite, a tua abstinência de agitação ao luar.

Quis te agradecer.

Quis que me abraçasses e me dissesses mil e uma coisas.

Queria continuar em silêncio.

Queria berrar “finalmente!”.

Então creio que sorri.

Porque não fiz absolutamente nada.

Porque não ia adiantar de nada.

Porque nem era preciso.

- Sei lá! Não faço a menor ideia.