segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Mudança

Ás vezes temos aquela sensação de que tudo vai mudar. Ou vamos mudar de escola, ou passamos para a Universidade, damos um passo à frente numa relação, entramos em dieta, começamos a falar, a dar os primeiros passos, começamos a namorar... A partir daí, a nossa vida passa a ter um rumo totalmente diferente... Ou nos tornamos mais complicados e mais stressados, ou se distancia dos amigos, ou se conhece novas pessoas, ou se se começa a ser mais alegre, ou se se incia um novo hábito... Mudamos. Mas só quando se passa a transição é que nos apercebemos da mudança. Pode ser quando se abre uma janela no MSN Messenger daquele amigo e fica-se a olhar para o monitor sem saber o que dizer, sem dizer nada, pode ser quando nos apercebemos que já não somos quem eramos, e que aqueles com quem falávamos já não são os mesmos...

Mudamos.

A vida dá passos grandes. Mesmo que não nos apercebamos. Ás vezes, passa-nos mesmo ao lado. Nem damos conta que deixámos de ver desenhos animados e de jogar à apanhada ou às escondidas. Simplesmente deixamos de o fazer. É natural. É distância. É aterrador.

Há no entanto aqueles momentos de alegria e sentimento de cheio, completo, felicidade. Por exemplo, quando fazemos anos e vamos fazer um jantar de anos. Queremos naturalmente convidar a nossa família, os nossos amigos e começamos pela turma, depois a turma anterior, depois o nosso grupo, os filhos dos amigos dos nossos pais, aquela pessoa que conheci ali, aquela e mais o outro que conheci no campo, a Felisberta, a Beatriz, o Roberto e ahahah! como é que poderia esquecer do Francisquino? E passado uma hora vemos umas cinquenta pessoas na nossa lista e apercebemo-nos que temos mesmo muitos amigos, uns com mais contacto do que outros e sentimo-nos bem por dentro, com muita sorte em ter tanta pessoa que se preocupa conosco. Mas depois, sentimos a mudança. Uns não veem porque teem isto ou aquilo, outros mudaram o contacto porque há muito que não falamos, outros não veem porque não nos interessamos muito um pelo outro e pouco a pouco a nossa lista diminui para umas quinze ou vinte pessoas que são os presentes que se preocupam mesmo conosco. E sentimo-nos tristes e com vontade de voltar atrás no tempo.

E depois de pensarmos que não queremos mudar, passado uns dias queremos mudar... e depois pensamos que queremos mudar e não queremos mudar... Nunca somos constantes e nunca sabemos o que queremos. Somos consumistas e queremos sempre mais. Mesmo que seja de nós mesmos. Somos exijentes demais.

Quando crescemos, há sempre uma altura ou outra em que fazemos desejos disparatados ou ridiculos. Quer seja um desejo de ter um/a namorado/a ou simplesmente de ser mais simpático e bom para os outros. Mas de que adianta mudarmos totalmente a nossa simpatia e aguentar com tudo se os outros não o fizerem? Ninguém consegue ser sempre simpático. É ridículo desejar uma coisa dessas.

As pessoas mudam e nós temos de mudar com elas.

A vida passa, uns momentos mais rapidamente e outros mais lentamente mas mesmo aquela semana que passou a correr pensa-se no fim, bolas, ainda só passou uma semana! É estranho, porque na altura acha-se que os dias passaram a correr! E no entanto, foi só uma semana. Uma longa semana de dias excessivamente rápidos.

Mariana Araújo, 2006


Este texto muito confuso foi uma reflexão minha em relação à realidade inconstante e indefinida. É algo que me assusta imenso porque elimina tudo aquilo que posso ter no futuro. Porque de um momento para o outro, tudo pode mudar.
Tanto seja nas pessoas que conhecemos, como nós é que mudámos, como o sítio em que crescemos ou o mundo em que vivemos. E o saber que tudo isso não pára de mudar é aterrador.
Passamos momento tão bons que não os queremos perder. nunca. E então agarramo-nos ao passado, a esse momento tão bom e delicioso e desejamos com todas as forças que nada mude, que fique exactamente como está: Perfeito.

Ultimamente tenho andado nostalgica e cheia de vontade de ir ao passado. E penso no quão me sabe bem reviver as minhas alegrias intensas e marcantes. (os bons e velhos tempos) e faz-me pensar que adoro tanto as ilusões – essas alegrias e memórias – esses sonhos porque são moldáveis ao nosso gosto. É tão muito mais fácil lidar com eles que com a realidade. O que faz com que queiramos constantemente a ilusão(ou drogas ou bebedeiras). Faz-nos não pensar e não estarmos dentro de nós, como um refugio, pelo menos por um bocado. E é por isso que queremos sempre mais. E acabei de ler uma frase de uma amiga do 9º ano: “ Fôssemos nós como deveríamos ser e não haveria em nós a necessidade de ilusão.” Faz todo o sentido. É aterrador. Por isso é que há tantas depressões –(e) chamadas desilusões – quando nos tornamos conscientes outra vez.

23 Janeiro de 2007

Suponho que para tudo temos de bater mesmo no fundo até onde não der mais para depois ser só olhar para cima e subir. Eventualmente, vai chevar a altura em que a pessoa fique farta de ter uma rotina, farta de ver as mudanças todas acontecerem e continuar agarrada ao passado. Farta de ser só uma presença no meio de tudo. E depois é só uma questão de tempo até re-mudar, e encarar as coisas noutra prespectiva. Seja em seguir a vida sem re-olhar para trás, seja em ver a mudança como uma coisa boa, seja em ver os outros como alguém que já foi e agora não é ou mesmo olhar para trás e dizer: Paciência!

Novos tempos virão. alias, estão sempre a passar por nós. Nós é que nem damos conta que basta olharmos para ao lado e vermos que o que nos falta é dar um passo. Fazer qualquer coisa para encarar o futuro e a realidade.

Lamento a confusão. A minha cabeça é assim, desorganizada: um autêntico

1 comentário:

  1. "Fôssemos nós como deveríamos ser e não haveria em nós a necessidade de ilusão.”

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