São óculos escuros
pretos
mas de lentes azuis.
É feltro e
aguarela
em papel branco macio.
É plástico e
cor
e ausência dela também.
são novos e
pops e
curiosos também.
são mil a neses.
Deixas por aí mensagens perdidas para mim. Em todo o lado encontro pedaços pequenos de ti. Cheiros. Memórias. Lugares. Hábitos.
Conversas nossas me vêm à cabeça enquanto passeio. Rio-me de mim mesma, de coisas que te disse, que te vou dizendo.
Procuro-te em todo o lado.
Isto aqui é como as ondas... Está tudo calmo e depois um dia vem muito vento e o mar fica picado. A areia rebola enfurecida. As rochas são bofeteadas dia e noite. Os animais... bem... esses por lá andam. Todos lutam contra a força, contra a maré. O resto já sabes: depois da tempestade vem a bonança. Tudo calmo, tudo limpo, tudo com um certo vazio... O mar não se mexe, deixa-se escorrer nas praias. A areia abate. A rochas respiram fundo e descansam. Uma certa solidão se faz sentir no areal, uma certa angústia de tanta passividade. Dormem. Tudo dorme. Tudo, até que as ondas começam. e acordam. e picam. e moem. e batem. e revolvem e enfurecem e agitam outra vez.