sonho.
tenho uma vida tranquila. umas férias numa casa num pinhal, mar mesmo a jeito e amigos.
somos todos jovens e felizes apesar de já termos uma vida construída.
sorrimos cúmplices e satisfeitos. há muito que nos conhecemos e nos vamos conhecendo.
caminho descalça pelo chão frio. sabe bem numa manhã destas. o vento abana ligeiramente os pinheiros mansos. deito-me ao comprido num à vontade pleno no sofá branco, apoiada num rapaz. o meu rapaz. que lia qualquer coisa e deixou de ler porque claramente me pus toda confortável, impedindo-o de segurar o que estava a ler. com um suspiro cheio de paciência e felicidade rende-se enquanto liga a televisão e põe um braço à minha volta.
só este pequeno gesto os fazem sentir cheios.
a casa estava vazia. os outros tinham ido às compras. em breve estaria a casa cheia de risos e conversas e a animação descontraída. no futuro seria de risos e guinchos infantis de alguém.
sem esperar apertas-me contra ti. fechei os olhos.
começo uma conversa banal. desligas a televisão, brinco contigo e acabamos a atirar almofadas um ao outro. claramente perco e vendo-me impotente e sem munições levanto-me e tento estupidamente fugir, sem insucesso, claro porque em três passos me apanhaste e me agarraste.
rendi-me.
e tu também.
encostei-me a ti, agarrada a ti. e assim ficámos. mudos. numa slowdance sem música até aos outros chegarem, gozarem connosco e irmos todos preparar o almoço para mais um dia em cheio e feliz.
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